domingo, 13 de abril de 2014

Não respiro, não perspiro, nem suspiro ou inspiro. Todas as coisas passam, como o vento pelos pulmões.  Poucas ficam, como as feridas mais fundas, daquelas que as mais grossas cascas protegem e que não somem mesmo quando as retiro. Ninguém retira de si a si mesmo, como um coelho tirando a si mesmo da cartola. Ferida é raiz futura, semeada num furo, germinada em fúria. Seu tronco, sim, perdura. Por eras e eras até ser a pedra mais dura.

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