quinta-feira, 10 de abril de 2014

Meu cansaço é um abismo. Sei que ao final há repouso, mas por hora ocupo-me em rolar penhasco abaixo e em ir-me lascando aos poucos. As paredes rochosas passam ligeiras por mim, adiante vejo apenas escuridão e, da trilha que deixei, não há mais que ecos distantes e as cicatrizes em meu corpo sólido. Deixo um pouco de mim por onde passo. Temo não chegar inteiro ao prometido repouso... se ao menos eu pudesse, mesmo que por um instante, parar! Talvez então, encontrando-me deveras abismado com a situação, soltasse um suspiro. Mas não é da natureza das pedras suspirar ou almejar, apenas rolar e se lascar. O que faço com relativa competência, aliás...

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